Travesti lidera projeto de dança que transforma a vida de jovens de baixa renda: 'Existir com potência'

  • 28/06/2025
(Foto: Reprodução)
Além de arte-educadora e multiartista, Sol Mourão é presidenta da Associação de Travestis, Transgêneres e Transsexuais de Juiz de Fora. No Dia do Orgulho LGBT+ ela celebra a luta de criar espaços onde corpos dissidentes possam existir com potência. Sol Mourão atua como diretora e coreógrafa do grupo Remiwl, em Juiz de Fora Sol Mourão/Arquivo Pessoal Na batida intensa das danças urbanas e no deslizar expressivo da cultura Ballroom, Sol Mourão, de 26 anos, encontrou um mundo inclusivo. Travesti, arte-educadora e multiartista, ela se tornou diretora do grupo Remiwl, um projeto social que oferece formação artística gratuita para jovens de baixa renda em Juiz de Fora. Além disso, ocupa o cargo de presidenta da Associação de Travestis, Transgêneres e Transsexuais da cidade (Astra-JF). ▶️ Clique aqui e siga o perfil g1 Zona da Mata no Instagram Neste sábado (28), Dia do Orgulho LGBT+, o destaque vai para uma iniciativa que envolve mais do que passos de dança: carrega histórias, lutas, afetos e possibilidades. Diretora e coreógrafa do Remiwl, grupo formado em 2005 por Thiago Miranda, que já não atua mais, Sol Mourão começou aos 16 anos como dançarina e desde 2018 coordena o movimento. “Comecei dançando na Escola Municipal Áurea Bicalho do meu bairro, o Linhares. Foi ali, com 11 anos, no projeto 'Gente em Primeiro Lugar', que tudo começou. Aos 16, entrei para o Remiwl como bailarina, e nunca mais saí”, relembra Sol. Grupo Remiwl oferece aulas gratuitas para jovens de baixa renda em Juiz de Fora Sol Mourão/Arquivo Pessoal Atualmente, ela atua em três frentes no projeto: Remiwl Base: oferece aulas gratuitas a 50 jovens no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas; Grupo Remiwl Base: com 23 integrantes em processo de profissionalização; Remiwl Street Crew: equipe profissional formada por 9 dançarinos que já se apresentou em festivais pelo país. Além do Remiwl, Sol também é uma das principais vozes da cultura Ballroom em Juiz de Fora, uma manifestação artística que surgiu nos Estados Unidos a partir das vivências de pessoas trans negras e latinas. Na cidade, ela ainda ministra aulas no projeto JF is Burning, que reúne cerca de 40 participantes, e organiza eventos como o Baile do Manifesto e a Marcha Trans. "A Ballroom é sobre celebrar quem a gente é, com orgulho. É resistência em forma de arte. E é isso que fazemos aqui: criamos espaços onde corpos dissidentes possam existir com potência", afirma Sol. LEIA TAMBÉM: Segunda Semana do Orgulho LGBT+ tem palestras, festas e música em Juiz de Fora; veja a programação Dia do Orgulho LGBT+: conheça histórias onde o amor e o apoio venceram o preconceito Grupo deu profissão, direção e lar Sol Mourão durante a Marcha Trans em Juiz de Fora Arquivo Pessoal Ao g1, Sol destacou como o grupo Remiwl abriu portas ao longo do caminho. “Foi por meio dele que conheci outros estados, participei de grandes eventos de dança pelo Brasil, competições e encontros. Grande parte do que aprendi sobre a cultura urbana veio dessa experiência”, complementou. "No Remiwl nunca sofri preconceito, pois somos um grupo muito diverso. Aqui foi um lugar onde eu pude ser eu mesma, onde fui abraçada e onde vi tantas outras pessoas também serem abraçadas. É um espaço muito especial, que transforma vidas e transformou a minha também. A arte me deu profissão, direção e um lar", diz. A trajetória de Sol é marcada por desafios — especialmente financeiros — que nunca diminuíram a determinação de continuar no universo artístico. “Para viajar, a gente dançava no sinal, vendia bombom, organizava festival de torta. Nunca deixamos ninguém para trás", conta. A força coletiva do grupo garantiu que todos os corpos pudessem ocupar espaços, independentemente das barreiras impostas pela sociedade. Neste Mês do Orgulho, o trabalho de Sol Mourão é um lembrete vivo de que celebrar a diversidade também é garantir oportunidades, alimentar sonhos e afirmar que todas as vidas importam. MG1 Apresenta: conheça a história do grupo de dança urbana 'Remiwl', de Juiz de Fora Como participar? Para participar do projeto Remiwl, basta comparecer às aulas. Os horários são os seguintes: Remiwl Base: toda terça e quinta, das 17h45 às 19h45, no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM). JF is Burning: também às terças e quintas, das 19h45 às 21h, no CCBM. *estagiária sob supervisão de Carol Delgado. 📲 Siga o g1 Zona da Mata no WhatsApp, Facebook e X VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes

FONTE: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2025/06/28/travesti-lidera-projeto-de-danca-que-transforma-a-vida-de-jovens-de-baixa-renda-existir-com-potencia.ghtml


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