Reembolsos inexistentes pedidos por logins de colegas: entenda como agia o funcionário da Sanepar suspeito de desviar R$ 215 mil
26/06/2025
(Foto: Reprodução) Alysson Berenguel Martins está preso preventivamente. Polícia afirma que ele ainda falsificava atestados médicos para justificar faltas e fazer os desvios fora da empresa. Delegado deve encerrar inquérito de desvios na Sanepar em Ponta Grossa nesta sexta (20)
Alysson Berenguel Martins, servidor concursado da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) preso suspeito de desviar R$ 215.430,92 da empresa, obteve o dinheiro através de pedidos de reembolsos indevidos, segundo o delegado Derick Moura Jorge, responsável pelo caso.
Segundo ele, o homem de 35 anos registrava os pedidos no sistema usando os logins e senhas de colegas que não estavam trabalhando por motivos legais, como férias ou licenças, por exemplo, com o intuito de encobrir as próprias ações.
Nos pedidos, ele direcionava as transferências para a própria conta bancária, conforme mostram comprovantes adicionados ao inquérito. Veja dois abaixo.
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Polícia reuniu comprovantes que, segundo investigações, mostram desvios voltados à conta do suspeito
Reprodução
Alysson trabalhava como atendente da Sanepar em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, e está detido desde o dia 18 de junho.
Na época, a defesa dele disse que ia se manifestar apenas no processo. Posteriormente, o suspeito trocou de advogado, e o g1 entrou em contato com a nova defesa e aguarda resposta.
De acordo com as investigações, Alysson tinha acesso privilegiado ao sistema informatizado da Sanepar e conseguia acessar os logins e senhas de colegas. O delegado explica que, após utilizar as credenciais alheias para executar as operações fraudulentas, ele bloqueava novamente as senhas para ocultar os crimes.
Ao cruzar dados, a polícia ainda descobriu que as transferências aconteciam quando Alysson faltava ao trabalho, e que, para justificar ausências, ele desenvolveu um esquema secundário de falsificação de atestados médicos.
"Demonstrando a premeditação, foram encontrados no computador pessoal do investigado arquivos com modelos editáveis de atestados médicos, prontos para serem usados", explica Jorge.
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O que diz a Sanepar
Sede da Sanepar
Sanepar
Quem fez a denúncia à Polícia Civil foi a própria Sanepar, que identificou os desvios após realizar uma sindicância interna.
A companhia afirma que quando descobriu a má conduta do empregado, o afastou das atividades e retirou todo o acesso dele aos sistemas informatizados da empresa.
Em nota, a Sanepar também disse que "segue contribuindo com as investigações e apoia todas as medidas para eliminar qualquer conduta ou prática que esteja em desacordo com a lei, a ética e a integridade".
"A Sanepar reitera que esta ocorrência não representa a conduta dos 6 mil empregados da Companhia, que trabalham 24 horas por dia, sete dias por semana, para levar água tratada e esgotamento sanitário para quase 12 milhões de paranaenses", destaca.
A empresa ainda reforça que, desde 2020, disponibiliza um canal de denúncias administrado por uma empresa terceirizada, para garantir a imparcialidade no trato das informações. Denúncias com relação a condutas inadequadas dos empregados e de fornecedores podem ser feitas pelos seguintes canais:
por este link, na internet;
ou pelo telefone 0800 580 3756.
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