'Nadávamos dia e noite': pescadores sobrevivem por mais de 2 dias no mar segurando em boias de pesca após naufrágio no Pará
14/10/2025
(Foto: Reprodução) Sobreviventes do naufrágio de embarcação chegam a Belém
Os cinco pescadores resgatados pela Marinha do Brasil em alto-mar, na segunda-feira (13), no Pará, sobreviveram ao naufrágio de uma embarcação segurando-se em boias de pesca por mais de 60 horas.
No resgate, feito após dois dias e meio, um deles apresentava sinais graves de desidratação e precisou ser levado de helicóptero para um hospital em Belém. Os demais sobreviventes foram transportados de navio até a Base Naval de Val de Cães e se encontraram com os familiares.
Eles foram encontrados próximo ao município de Vigia, a cerca de 160 km da capital paraense.
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A embarcação "Netinho III" havia saído de São João de Pirabas, no litoral paraense, na manhã de quinta-feira (9), com seis pescadores a bordo.
Um deles desembarcou no município de Maracanã no dia seguinte, após passar mal. Os outros cinco seguiram viagem com o objetivo de passar dez dias em alto mar para pescar.
Por volta das 19h50 de sexta-feira (10), o barco emborcou com a força das ondas, próximo ao município de Vigia, no nordeste do Pará.
Os pescadores ficaram à deriva em alto-mar, sem comunicação, apoiando-se em boias de pesca.
'O barco vai afundar!'
Eles foram encontrados próximo ao município de Vigia, a cerca de 160 km da capital paraense.
Divulgação
De acordo comum dos sobreviventes, a força das ondas causou o naufrágio.
"A onda deu com muita força e começou a encher de água. Foi então que nos desesperamos e começamos a gritar 'galera, o barco vai afundar!'. Não teve jeito", contou.
Desde o naufrágio, os pescadores ficaram cerca de 60 horas à deriva, segurando-se em boias de pesca que enrolaram para tentar sobreviver.
“De dia nós nadávamos, à noite também. Tudo para tentar se aproximar da costa. Já estávamos sem força”, afirmou.
Os sobreviventes foram encontrados a cerca de 23 quilômetros do local do naufrágio, na segunda-feira (13), por tripulantes de um navio mercante francês que seguia para os Estados Unidos, todos em situação de extremo cansaço.
A Marinha foi acionada e deu início às buscas no domingo (12), após receber um alerta via canal de emergências marítimas. O Serviço de Busca e Salvamento do Comando do 4º Distrito Naval (Salvamar Norte) mobilizou o Navio-Patrulha Guarujá, uma aeronave Super Cougar, e emitiu alertas para navios na região.
De acordo com o comandante do Navio-Patrulha Guarujá, Patruck Barros, os pescadores apenas se tranquilizaram com a chegada de tripulante da língua nativa.
“Eles estavam bem debilitados, apresentaram insolação, mas assim que a equipe médica chegou, falando português, a língua deles, ficou mais fácil, já que estavam em um navio de língua desconhecida para eles. Uma vontade de viver louvável", pontuou.
O navio de patrulha chegou à Base Naval de Val de Cães por volta das 21h do mesmo dia, trazendo os pescadores resgatados. Para os familiares, o momento foi de alívio após dias de angústia e silêncio.
“É angustiante porque não sabíamos de nada, mas agora eles estão aqui e é isso que importa”, disse Elane Muniz, irmã de um dos pescadores.
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