Glamour e tradição: após 5 anos fechado, reforma do Hotel Nacional começa na próxima semana
23/10/2025
(Foto: Reprodução) Foto de arquivo do Hotel Nacional de Brasília
Secretaria de Comunicação Social/Arquivo Público do DF/Reprodução
Após cinco anos de portas fechadas, sem hóspedes e sem funcionários, o Hotel Nacional de Brasília vai começar a ser reformado na próxima segunda-feira (27).
A reforma do primeiro hotel de luxo da capital, inaugurado em 1961, prevê:
a modernização completa de todas as áreas internas como salas de reunião, restaurantes, sauna e piscina
redução dos 347 quartos para 300, pois vão atender as novas normas de acessibilidade
preservação da estética da fachada do lado de fora do prédio
uso de materiais compatíveis com os da época da construção
"A nossa intenção é fazer um hotel glamouroso, como era o Hotel Nacional dos anos 60, até meados dos anos 80, mas que fosse ao mesmo tempo moderno suficiente para se adaptar as necessidades do público dos anos 2020, 2030", aponta Saulo Mesquita, representante da Incorp, responsável pela reforma.
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A reforma deve durar aproximadamente três anos. A intenção é reinaugurar o hotel e voltar a receber hóspedes no aniversário de 68 anos de Brasília, em 21 de abril de 2028.
Leilão do hotel
O Hotel Nacional foi leiloado em 2018 para pagar dívidas. A vencedora foi a Incorp, que arrematou o espaço por R$ 93 milhões.
Mas os antigos donos só deixaram o espaço em 2020, depois de uma ordem de despejo da Justiça.
Durante esses anos, o projeto de reforma foi discutido com o Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan) e com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
No período em que ficou fechado, os novos donos catalogaram as obras de arte como esculturas e quadros, que vão ser levados para um museu que será construído dentro do hotel.
Passado glorioso
Vista aérea da Esplanada dos Ministérios em 1961; na época, era possível ver o Congresso Nacional, alguns ministérios e o prédio do Hotel Nacional de Brasília
Novacap/Arquivo Público do DF/Reprodução
Nos primeiros anos do hotel, não existia o Conjunto Nacional e nem o Conic. Na paisagem, o Congresso Nacional dividia o quadro com alguns ministérios e o edifício de 43,4 mil metros quadrados.
Pelos salões ou na pérgola da disputada piscina, políticos faziam reuniões, celebridades se exibiam e curiosos se espreitavam em busca de autógrafos.
O Acervo da TV Globo recuperou uma reportagem do jornalista Carlos Monforte sobre o Hotel Nacional exibida em 18 de agosto de 1994.
No vídeo, é possível ver imagens de quando a rainha Elizabeth II, da Inglaterra, e o príncipe Philip, estiveram na capital federal, além de detalhes da decoração do edifício (veja abaixo).
A rainha Elizabeth II visitou Brasília e se hospedou no Hotel Nacional em 1968
Hóspede mais ilustre da história do Hotel Nacional, a rainha Elizabeth II estreou a suíte presidencial no 9º andar do edifício.
A placa de “estreia” da suíte presidencial que recebeu o casal real enfeita até hoje o corredor de elevadores no térreo. Há, no entanto, um detalhe curioso. Na chapa, a palavra majestade foi gravada com “g” (veja abaixo).
Placa que registra visita da rainha Elizabeth II ao Hotel Nacional de Brasília; na chapa, a palavra majestade foi gravada com 'g'
TV Globo/Reprodução
Além da rainha Elizabeth II e do príncipe Philip, outros visitantes passaram pelas então luxuosas suítes.
Entre eles, os presidentes dos Estados Unidos Jimmy Carter e Ronald Reagan, o presidente francês Charles De Gaulle, a primeira-ministra da Índia, Indira Gandhi, e os cosmonautas soviéticos Andrian Nikolayev e Pavel Romanovich Popovich.
Roberto Carlos também arrastava legiões de fãs para a portaria do edifício quando tinha alguma apresentação na capital do país.
No Livro de Ouro, que guarda assinaturas dos hóspedes que ali se hospedaram, há mensagens da atriz Fernanda Montenegro, da estrela do filme “Grease - Nos Tempos da Brilhantina”, John Travolta, e da atriz francesa Catherine Deneuve.
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