Região de Campinas registra 133 vítimas de feminicídio desde 2015; estudo mostra avanço da violência contra a mulher em SP
13/10/2025
(Foto: Reprodução) Feminicídio: nº de casos até agosto de 2025 supera 2024 e é maior da série histórica em SP
A região de Campinas registra 133 vítimas de feminicídio desde 2015, quando o crime foi tipificado no código penal. Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo indicam que houve pelo menos um caso em 20 das 31 cidades da área de cobertura do g1 Campinas.
Campinas é a cidade que contabiliza mais vítimas, com 65 registros, seguida por Sumaré (11), Hortolândia (9), Americana (7) e Mogi Mirim (7) - veja lista completa abaixo.
Campinas: 65
Sumaré: 11
Hortolândia: 9
Americana: 7
Mogi Mirim: 7
Indaiatuba: 6
Mogi Guaçu: 5
Paulínia: 5
Águas de Lindoia: 2
Artur Nogueira: 2
Itapira: 2
Pinhalzinho: 2
Serra Negra: 2
Socorro: 2
Amparo: 1
Espírito Santo do Pinhal: 1
Holambra: 1
Jaguariúna: 1
Pedra Bela: 1
Pedreira: 1
Um levantamento do Instituto Sou da Paz, a partir da base de dados da SSP, aponta que a violência contra a mulher cresceu em todo o Estado de São Paulo.
Em todo o estado foram 168 vítimas de feminicídio nos oito primeiros meses de 2025 - ao considerar o recorte de janeiro a agosto, este é o ano com o maior número em São Paulo.
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Na área do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior 2 (Deinter-2), com sede em Campinas (SP) e composto também por outros 37 municípios, foram 13 casos no período, contra 11 do ano anterior, um aumento de 18%.
O que é feminicídio?
Raio-X em São Paulo
O retrato do estado de São Paulo mostra que 53% das vítimas são brancas e 43% são negras.
Em 66% dos casos, os feminicídios foram cometidos em residência, e em 25% em via pública.
Sobre a arma utilizada no crime, em 51% dos casos foram objetos cortantes ou penetrantes, e em 15% houve uso da arma de fogo.
'Algo de errado'
Ex-delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Campinas, Teresinha de Carvalho destaca que a pena para o crime de feminicídio no Brasil é alta, e que mesmo com a legislação dura e aumento da rede de apoio e atendimento, os números de casos segue aumentando.
Para a ex-delegada, "algo está sendo feito da maneira errada", e isso passa por uma questão cultural, em que homens ainda veem mulheres como propriedades.
"A ideia é que os homens entendam que as mulheres têm o direito de recomeçar, têm o direito de terminar um relacionamento e isso ainda está na cultura dele, não importa a idade. Os feminicidas têm de 15 a 80 anos, então não é um problema só cultural, é uma falta mesmo de uma formação educacional que prepare o cidadão para respeitar a mulher como um sujeito de direitos na sociedade, igual a ele", afirma.
PMs preservam local onde ocorreu o crime
Gustavo Biano/ EPTV
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