Quem é Lincoln Gakiya, promotor inimigo do PCC e ameaçado de morte desde 2005
24/10/2025
(Foto: Reprodução) Operação mira suspeitos de planejar morte de promotor e diretor de presídios em SP
Alvo de um novo plano de assassinato pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), o promotor de Justiça Lincoln Gakya vive há mais de dez anos sob escolta policial 24 horas por dia por causa das ameaças de morte recorrentes que recebe. Ele é ameaçado pela facção ao menos desde 2005.
O promotor faz parte do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco) de Presidente Prudente, no interior paulista. Gakya assumiu a Promotoria de Justiça da Comarca da cidade em 1996, para onde foi mandada a cúpula do PCC dez anos depois.
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🔎 O Ministério Público e a Polícia Civil de São Paulo realizam na manhã desta sexta-feira (24) uma operação para cumprir 25 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de planejarem ataques contra o promotor e o coordenador de presídios Roberto Medina, responsável por unidades prisionais da Região Oeste do estado e que comanda unidades que abrigam os chefes do PCC. (leia mais abaixo)
Em entrevista ao programa Conversa com Bial, exibido pela Rede Globo em julho, Gakiya comparou o isolamento social vivenciado por ele e pelos membros de sua família ao dos integrantes da facção criminosa investigada por ele há 20 anos.
“De certa maneira, eu teria mandado esses criminosos para o isolamento, e eu também fui isolado junto com eles”, disse na ocasião ao jornalista e apresentador Pedro Bial.
Promotor de Justiça do Gaeco, Lincoln Gakiya
Arquivo/g1
O representante do MP na região de Presidente Prudente recebeu o primeiro decreto de morte, enquanto usufruía de uma licença-paternidade após o nascimento do segundo filho.
O episódio mais recente que confrontou a facção e o promotor ocorreu em fevereiro de 2019, quando promoveu a transferência de 22 chefes do PCC para presídios de segurança máxima.
Quando Moro era ministro de Segurança Pública, governos federal e de São Paulo transferiram entre os presos Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
À época, a operação foi realizada depois que o Ministério Público descobriu um plano da facção para resgatar os principais líderes que estão presos na penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior do estado. O promotor foi autor do pedido de transferência.
Em julho daquele mesmo ano, durante revista em uma das celas da penitenciária 2 de Presidente Venceslau, foram encontradas cartas com ordens explícitas de ataques contra agentes públicos, em retaliação à transferência dos criminosos. O promotor também era um dos alvos.
Operação
Os mandados contra os suspeitos de planejarem a morte de Gakya e do coordenador de presídios Roberto Medina estão distribuídos nas cidades paulistas de Presidente Prudente (11), Álvares Machado (6), Martinópolis (2), Pirapozinho (2), Presidente Venceslau (2), Presidente Bernardes (1) e Santo Anastácio (1).
Polícia faz operação após plano para executar promotor e diretor de presídios em SP
A investigação, conduzida pela Seccional de Presidente Prudente, começou em julho, depois que policiais militares prenderam um homem em flagrante por tráfico de drogas.
A análise do celular apreendido com Vitor Hugo da Silva, o VH, revelou a participação dele num plano para matar o coordenador de presídios Roberto Medina. Os investigadores encontraram, por exemplo, um minucioso levantamento sobre a rotina de Medina, com fotos e vídeos que mostram o trajeto percorrido diariamente pelo coordenador de presídios de casa até o trabalho.
Em áudios, os bandidos falam sobre a preocupação de serem filmados nas imediações da casa de Roberto Medina.
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