Projeto em escola de Nova Iguaçu ensina alunos e famílias a descartar corretamente o óleo de cozinha
19/10/2025
(Foto: Reprodução) Projeto em escola de Nova Iguaçu ensina alunos e famílias a descartar corretamente o óleo de cozinha
O óleo de cozinha ainda é presença garantida em muitas receitas brasileiras — das batatas fritas aos pastéis. Mas o que muita gente não sabe é que o destino dado a esse resíduo depois do uso pode causar sérios problemas ao meio ambiente e ao sistema de esgoto. Jogar o óleo pelo ralo da pia, por exemplo, é a pior opção: além de desperdiçar o produto, contamina a água e pode entupir tubulações.
Na Escola Municipal Monteiro Lobato, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, os alunos já aprenderam que o descarte correto faz toda a diferença. A escola participa do projeto De Olho no Óleo, da concessionária Águas do Rio, responsável pelo fornecimento de água e tratamento de esgoto da região. A iniciativa acontece em escolas da capital, da Baixada e do interior do estado, com o objetivo de promover a educação ambiental e incentivar práticas sustentáveis.
Depois de uma roda de conversa sobre saneamento básico, os professores perceberam o interesse dos estudantes no tema e decidiram colocar o aprendizado em prática. Em apenas dois meses, a unidade já arrecadou mais de 180 litros de óleo usado, que são enviados para cooperativas e pequenas empresas especializadas em transformar o material em sabão, detergente e até biodiesel.
Para estimular ainda mais a participação, o projeto organiza uma gincana entre as turmas: quem conseguir coletar mais óleo ganha um passeio cultural. A mobilização envolve toda a comunidade escolar, incluindo as famílias.
“Ela diz: 'Mãe, se jogar na pia direto acaba chegando em certos lugares que pode até matar os animais e atingir a atmosfera. Mãe, vamos começar a guardar os óleos'. Só que além de eu pegar o óleo e botar na garrafa, ela ainda quer que eu pegue um funil e coe, porque não pode resíduo nenhum para trazer para o colégio”, contou Juliana da Silva Rocha, mãe da aluna Letícia.
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A importância desse cuidado vai além da escola. O descarte incorreto é uma das principais causas de entupimento na rede de esgoto. Em abril deste ano, por exemplo, uma pedra de gordura de 60 quilos foi retirada de uma tubulação no Méier, na Zona Norte do Rio. Esse tipo de formação ocorre quando o óleo se solidifica em contato com outros resíduos.
Para evitar situações como essa, a Águas do Rio instalou pontos de coleta em diferentes cidades. Desde o início do projeto, já foram recolhidos quase 4 mil litros de óleo, o que equivale à produção de milhares de litros de biodiesel ou sabão.
Alunos da Escola Municipal Monteiro Lobato levam o óleo de cozinha para o colégio para ser descartado de forma correta
Reprodução / TV Globo
Segundo Aline Ribeiro, porta-voz da concessionária, o impacto vai além da reciclagem.
“Com esse projeto a gente deixa um legado positivo, um legado de interação com a população Com essa nova cultura de cuidado a gente faz com que eles levem para dentro de casa e, não só eles enquanto crianças, mas também as suas famílias se reeduquem dentro desse processo de cuidar do meio ambiente. Isso fica na população como um novo ciclo de educação ambiental”, garante.
Mais do que uma ação escolar, a iniciativa mostra que pequenas atitudes podem gerar grandes transformações. Para as crianças e famílias de Nova Iguaçu, ficou o aprendizado — e o compromisso de fazer do cuidado com o planeta um hábito diário.
