Pesquisa identifica cerca de 11 mil insetos aquáticos em igarapés no Amazonas
02/08/2025
(Foto: Reprodução) Pesquisadores identificaram os insetos aquático em São Sebastião do Uatumã.
Arquivo pessoal/Neusa Hamada
Cerca de 11 mil insetos aquáticos foram identificados durante uma pesquisa científica realizada em 20 igarapés na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, em São Sebastião do Uatumã, interior do Amazonas. Os resultados do estudo foram divulgados na sexta-feira (1º).
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Desenvolvido por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e coordenada pela doutora em Entomologia Neusa Hamada, a pesquisa “Potencial dos insetos aquáticos em atividades de ecoturismo na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã – Amazonas” estudou os tipos e as características genéticas dos insetos que vivem na água na RDS do Uatumã.
Ao todo, a pesquisa identificou 11.302 invertebrados aquáticos, distribuídos em 12 ordens, com destaque para Diptera (82%), Trichoptera (9%) e Odonata.
Novas espécies foram registradas, incluindo representantes dos gêneros: Chimarra e Macronema (Trichoptera) e Campsurus (Ephemeroptera).
Para realizar o estudo, os pesquisadores utilizaram uma variedade de equipamentos de campo e laboratório para a coleta e análise. No campo, foram utilizadas redes entomológicas para capturar libélulas, armadilhas para insetos voadores, além de peneiras metálicas para triagem de organismos aquáticos.
E para entender a relação entre os insetos e o ambiente foram utilizados equipamentos para medir variáveis como pH, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido e temperatura da água.
No laboratório, os pesquisadores usaram microscópios e câmeras para identificar os insetos e fotografá-los. Também utilizaram kits especiais para extrair o DNA, o que ajudou a estudar as características físicas, genéticas e o papel desses animais no meio ambiente.
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Impactos sociais
Iniciativa promoveu capacitação aos moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã.
Arquivo pessoal/Neusa Hamada
O projeto buscou gerar impactos sociais ao aproximar ciência, educação e conservação das comunidades da RDS do Uatumã. Um dos principais legados foi a capacitação de moradores da reserva, por meio de oficinas práticas sobre coleta e identificação de insetos aquáticos, especialmente libélulas, incentivando o conhecimento local e a valorização da biodiversidade regional.
Além disso, foram realizadas atividades em escolas da região, envolvendo crianças e adolescentes em palestras, jogos e materiais didáticos ilustrados. Os pesquisadores também realizaram a produção e distribuição de livros paradidáticos e guias de campo acessíveis, fortalecendo a educação ambiental e oferecendo ferramentas para professores e moradores.
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