Número de vítimas dobra, e fraudes em doações na conta de luz para hospitais de SC chegam a R$ 10 milhões

  • 17/09/2025
(Foto: Reprodução)
Polícia descobre mais vítimas de fraudes em doações na conta de luz em SC A Polícia Civil continua as investigações contra as fraudes em doações na conta de luz em Santa Catarina. O número de vítimas e da quantia do dinheiro desviado mais do que dobrou. Agora, a polícia fala em 14.600 pessoas prejudicadas e R$ 10 milhões que não foram pagos às instituições que seriam beneficiadas pelas doações. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp Nas fraudes, os criminosos convenciam pessoas a doarem dinheiro através da conta de luz. Essa quantia iria para hospitais do estado, como o Bethesda, em Joinville, no Norte do estado. Porém, segundo a investigação, a maior parte nunca chegou às instituições. A investigação é feita pela Polícia Civil de Joinville. Através da perícia de documentos e aparelhos eletrônicos, foi habilitado o mapeamento de outras frentes de atuação do esquema criminoso. Além de Joinville, a investigação descobriu que doações foram desviadas de unidades consumidoras de Blumenau, Brusque e Indaial, no Vale do Itajaí, e Chapecó e Xanxerê, no Oeste do estado. Inicialmente, três hospitais catarinenses estavam na lista de entidades prejudicadas: o Bethesda, o Misericórdia, em Blumenau, e o Azambuja, em Brusque. Mas agora a investigação acredita que mais instituições tiveram dinheiro desviado. "O grupo criminoso é sediado em Joinville. Então era natural que eles solicitassem doações para o [hospital] Bethesda, pela facilidade do convencimento da doação, haja vista que as pessoas moradoras conhecem a instituição. Mas isso não impediu que essa organização criminosa atuasse no estado todo, captando recursos para diversas instituições filantrópicas que, na verdade, estavam sendo desviados", explicou o delegado regional de Joinville, Rafaello Ross. Ele relatou que um percentual mínimo das doações estava sendo encaminhado às entidades, para não levantar suspeitas. Porém, em valores muito menores e fora dos contratos estabelecidos. Na operação de 5 de setembro, 7 mil vítimas foram identificadas. São pessoas que acreditavam que o dinheiro que estava saindo da fatura chegava até as entidades beneficiadas. Atualmente, o número mais do que dobrou. Além disso, a quantia de dinheiro desviado também pode aumentar, segundo o delegado. Carros de luxo, embarcações, imóveis e outros bens foram apreendidos para que, no futuro, eles possam ser usados para pagar o valor devido às instituições prejudicadas. É a Justiça que vai definir quando e como isso será feito. Os três homens que foram presos no dia da operação permaneceram detidos por cinco dias em caráter temporário e foram soltos. Eles continuam na condição de suspeitos investigados. A reportagem não conseguiu contato com a defesa deles. O inquérito continua aberto e a Polícia Civil já tem indícios da participação de mais pessoas. Carros de luxo apreendidos podem ser usados no futuro para pagar dinheiro que foi desviado Polícia Civil/Divulgação Histórico Em 2017, um serviço terceirizado facilitava a captação de doadores. Uma empresa foi contratada para fazer ligações para potenciais doadores. No ano seguinte, o primeiro indício de fraude. Um usuário solicitou o cancelamento da doação por perceber que na fatura constava o nome de outra empresa e não do hospital. Na época, o caso foi tratado como um erro de sistema pela prestadora. Em fevereiro deste ano, a empresa terceirizada foi vendida. Os novos donos e o hospital identificaram outras divergências nas doações. Foi aí que a unidade hospitalar levou o caso até a polícia. O que dizem os hospitais Confira a nota do Hospital Bethesda: A Instituição Bethesda vem a público esclarecer que foi vítima – e também denunciante – de uma fraude envolvendo doações destinadas ao hospital. Assim como o Hospital Bethesda, outros hospitais de Santa Catarina foram vítimas de fraude. Empresas que atuavam como intermediárias entre entidades filantrópicas e a Celesc ofereciam a possibilidade de que cidadãos realizassem doações diretamente na fatura de energia elétrica. Porém, parte desses valores não chegava às instituições beneficiadas, sendo desviados pelas empresas. Informações divulgadas pela Polícia Civil revelam que a própria Celesc aparece como vítima, pois não tinha conhecimento do uso das contas de energia elétrica para captar as doações. Há cerca de seis meses, ao identificar indícios de irregularidades em repasses realizados em seu nome, o próprio Hospital Bethesda reuniu informações e provas, apresentando denúncia formal às autoridades competentes. Desde então, a unidade hospitalar tem colaborado integralmente com as investigações. “Reforçamos que o Hospital Bethesda foi vítima dessa prática criminosa, assim como outras entidades de saúde de Santa Catarina. Lamentamos profundamente que recursos voltados ao cuidado da população tenham sido alvo de fraudes. Faz-se importante ressaltar que as doações, desde então, são feitas de maneira segura e sendo fiscalizadas pela Instituição Bethesda”, revela Dr. Lúcio Slovinski, Diretor Executivo do Hospital Bethesda. O Hospital Bethesda segue firme com a missão de oferecer atendimento de qualidade, pautados pela ética, integridade e pela confiança da sociedade. Veja a nota do Hospital Azambuja: O Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Renaux – Hospital Azambuja informa que foi vítima em processo investigativo relacionado à arrecadação de doações realizadas por meio da fatura de energia elétrica da Celesc. Toda a gestão dessas doações era de responsabilidade exclusiva da empresa contratada, cabendo a ela arrecadar e repassar os valores aos hospitais. O hospital forneceu integralmente à Polícia Civil toda a documentação solicitada e segue colaborando de forma transparente com as autoridades. “O apoio da comunidade sempre foi fundamental para a nossa história. Cada contribuição direta recebida pelo hospital é cuidada com responsabilidade e transforma-se em melhorias concretas para quem precisa de atendimento”, afirma Gilberto Bastiani, gestor hospitalar. O Hospital Azambuja lamenta profundamente que seu nome tenha sido utilizado em práticas ilícitas e que recursos destinados à saúde tenham sido alvo desse tipo de ação. Reafirma, ainda, que todas as contribuições feitas diretamente à instituição são muito bem-vindas e fundamentais para manter o atendimento de qualidade e a missão filantrópica que há 123 anos orientam sua atuação em Brusque e região. O Hospital Misericórdia disse à NSC que colaborou com o trabalho policial e vai tomar as medidas cabíveis para que a própria unidade não seja prejudicada. O que diz a Celesc Confira a nota das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc). A Celesc esclarece que atua apenas como meio de arrecadação em doações via fatura de energia, repassando integralmente os valores autorizados pelos consumidores às entidades conveniadas, como bombeiros voluntários, APAEs e outras instituições que prestam serviços essenciais à sociedade. A companhia não participa da gestão nem da destinação dos recursos arrecadados. No caso investigado pela Polícia Civil, foram identificadas empresas que, de má-fé, ligavam para consumidores solicitando doações, mas não repassavam integralmente os valores às instituições. A Celesc também se considera vítima, já que seu serviço foi utilizado de forma indevida, estando essas empresas atualmente sob investigação das autoridades competentes. Importante ressaltar que, antes mesmo da operação policial, a companhia já havia adotado medidas preventivas, como reforço na fiscalização dos convênios, implementação de novos controles e envio de aviso ao consumidor sempre que há inclusão de débitos de doação nas faturas — ações que ampliam a transparência e permitem identificar eventuais irregularidades. A Celesc vem colaborando com a Polícia Civil desde o início das investigações e reforça que o consumidor pode cancelar ou rever sua autorização de doação a qualquer momento pelos canais oficiais da companhia. A Celesc reafirma seu compromisso com a ética, a transparência e a confiança da sociedade. VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias

FONTE: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2025/09/17/fraudes-doacoes-conta-luz-hospitais-r-10-milhoes.ghtml


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